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Polícia abre investigação às mortes no vulcão. Não deverá haver sobreviventes na ilha. - Notícia OVGA B 10-12-2019

 

Seis mortes estão confirmadas (um dos feridos morreu no hospital) e os oito desaparecidos na ilha vulcânica deverão estar mortos. Há 30 pessoas internadas, algumas delas em estado crítico. As vítimas têm entre 13 e 72 anos.

O vulcão activo Whakaari é visitado por milhares de turistas todos os anos 

EPA/AUCKLAND RESCUE HELICOPTER TRUST / HANDOUT

 

Um dia depois da erupção vulcânica na ilha de White na Nova Zelândia, a polícia neozelandesa abriu uma investigação às mortes resultantes da erupção do vulcão, que fez seis mortos (um deles já no hospital) e 30 feridos. A ilha está coberta de cinza e “sem sinais de vida” das oito pessoas desaparecidas que ficaram presas na ilha — a polícia diz que o mais provável é que estejam mortas.

O comissário adjunto da polícia neozelandesa, John Tims, anunciou que foi aberta uma investigação às mortes do “trágico evento” na ilha de White – a 50 quilómetros da ilha Norte da Nova Zelândia –, “mas ainda é cedo para confirmar se haverá uma investigação criminal”. Segundo o jornal New Zealand Herald, que ouviu um especialista em direito penal, as empresas turísticas envolvidas na visita ao vulcão activo podem ser acusadas de homicídio involuntário se se provar que são criminalmente responsáveis pelas mortes e que não protegeram as vítimas.

A erupção aconteceu às 14h11 de segunda-feira (mais 13 horas do que em Portugal) e lançou detritos rochosos pelo ar, assim como cinzas e uma densa coluna de fumo que atingiu uma altura de 3600 metros. As imagens captadas por uma câmara na ilha mostram um pequeno grupo de turistas a caminhar na cratera do vulcão, segundos antes da erupção. “Parece que não há ninguém que tenha conseguido sobreviver na ilha”, concluiu John Tims sobre as oito pessoas que continuam desaparecidas.

As autoridades indicaram que 31 pessoas estavam hospitalizadas por causa de queimaduras e problemas respiratórios – o número baixou, entretanto, para 30, depois de um dos feridos ter morrido nesta terça-feira; 27 apresentam queimaduras em mais de 70% do corpo.

Nem todos os feridos conseguirão sobreviver aos ferimentos, lamentou o médico e responsável governamental Peter Watson, acrescentando que as unidades de queimados estão na sua capacidade máxima. As vítimas têm entre 13 e 72 anos e três dos feridos tiveram alta hospitalar.

 

“Sem sinais de vida”

Tal como tinha sido adiantado na segunda-feira, a primeira-ministra neozelandesa, Jacinda Ardern, afirmou que as equipas de resgate não encontraram “sinais de vida” na ilha: “A escala desta tragédia é devastadora.” “Para todos aqueles que perderam família e amigos, partilhamos convosco o nosso luto e tristeza e estamos destroçados”, disse Ardern. “Torna-se agora claro que havia dois grupos de turistas na ilha – os que puderam ser retirados e os que estavam mais perto da erupção”, explicou a primeira-ministra.

White Island - EPA/MICHAEL SCHADE

 

White Island - EPA/MICHAEL SCHADE

 

Das 47 pessoas que estavam na ilha no momento da erupção, 24 são da Austrália, nove são dos Estados Unidos, cinco da Nova Zelândia, quatro da Alemanha, dois do Reino Unido, dois da China e um da Malásia. A primeira vítima mortal foi identificada como sendo o guia turístico Hayden Marshall-Inman – a sua morte foi confirmada pela família, mas não pela polícia.

 

A porta-voz da Protecção Civil neozelandesa, Sarah Stuart-Black, disse na conferência de imprensa feita pela polícia que os serviços de monitorização vulcânica da ilha continuavam a funcionar e a fornecer dados em tempo real. Apesar de haver uma redução da actividade sísmica, há 50% de probabilidade de haver uma segunda erupção nas próximas 24 horas (sem risco de chegar à ilha Norte).

White Island - EPA/MICHAEL SCHADE

 

Depois de o resgate ter sido dificultado pelo cair da noite e pela fraca visibilidade causada pelo fumo, as operações de socorro foram retomadas nesta terça-feira, em busca dos oito desaparecidos junto do vulcão Whakaari. A Força Aérea e a polícia continuarão a sobrevoar o vulcão para tentar encontrar os desaparecidos.

White Island - EPA/MICHAEL SCHADE

 

A 3 de Dezembro, o grupo de controlo de actividade geológica da GeoNet dava conta de que o vulcão Whakaari tinha entrado “num período de actividade eruptiva”, ainda que salvaguardasse que tal não representava “um perigo directo para os visitantes”. O nível de alerta já tinha sido aumentado em Novembro.

White Island - EPA/MICHAEL SCHADE

 

Fonte: Público (10-12-2019)

 

Adenda OVGA:

Localização do vulcão White Island