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Erupção do vulcão Nyiragongo destrói mais de duas mil casas

Notícia OVGA 25-05-2021

Imagens RTP -  Andreia Martins

A erupção do vulcão Nyiragongo, na República Democrática do Congo, fez pelo menos 32 mortos e destruiu por completo várias aldeias circundantes. De acordo com as organizações humanitárias no terreno, a lava destruiu até 2.500 habitações, deixando no mínimo 5.000 pessoas desalojadas. Já depois da erupção, um conjunto de sismos sacudiu entretanto a cidade congolesa de Goma, o que veio aumentar os receios de uma nova erupção.

É um dos mais ativos e perigosos vulcões do mundo e entrou em erupção no último sábado. O Nyiragongo lançou o caos nas redondezas da cidade congolesa de Goma e fez pelo menos 32 vítimas mortais.

No entanto, o número de mortos poderá ser ainda maior, uma vez que há centenas de desaparecidos. De acordo com a UNICEF, há pelo menos 170 crianças entre os desaparecidos.

O Comité Internacional da Cruz Vermelha em Goma, citado pela agência France-Presse, adianta esta terça-feira que a lava destruiu entre 900 a 2.500 casas e deixou “no mínimo” 5.000 pessoas sem teto.

No total, 17 aldeias ficaram completamente destruídas. O fluxo de lava não chegou a atingir o centro da cidade, mas bloqueou os principais acessos rodoviários e interrompeu o principal fornecimento de eletricidade.

Depois da erupção, a cidade de Goma foi também atingida por uma série de fortes sismos, o mais forte foi de 5,1 na escala de Richter, na manhã de segunda-feira.

Os sismos vieram abalar ainda mais quem já tinha sido afetado durante o fim de semana, nomeadamente os deslocados ou os que procuram de familiares desaparecidos. Entretanto, a população continua a temer novas erupções do Nyiragongo.

 

“O perigo é reduzido neste momento, mas os terramotos representam um risco imediato, uma vez que podem abrir outra fratura. Estou preocupado, temos de ter cuidado” afirmou Dario Tedesco, um vulcanologista que reside em Goma.

 

A cidade de Goma situa-se junto à fronteira entre o Congo e o Ruanda. No país vizinho também se sentiram os abalos e alguns edifícios ficaram mesmo destruídos, adiantou um repórter da agência Reuters no local.

Perante a situação caótica, milhares de pessoas fugiram para a cidade de Sake, no Congo, ou atravessaram a fronteira com o Ruanda. De acordo com a UNICEF, mais de 5.000 pessoas atravessaram a fronteira.

A situação está ainda longe de ficar estabilizada. Em Goma, as autoridades aconselham os pais a não enviarem as suas crianças para a escola até que haja novas informações.

Numa zona que também faz fronteira com o Uganda, a região de Goma é central para a prestação de ajuda humanitária no continente africano e serve de sede a várias organizações não-governamentais e organizações internacionais.

Com este cenário de incerteza, com o aeroporto da cidade encerrado e várias estradas fechadas, o apoio prestado por várias organizações poderá ficar comprometido durante alguns dias.

"Temos operações humanitárias em Kivu do Norte que visam 1,4 milhão de pessoas. Essas operações correm o risco de ser interrompidas se o acesso de e para Goma não for restaurado", alertou Diego Zorrilla, coordenador de ajuda das Nações Unidas na República Democrática do Congo.

 

Fonte: RTP, Maio 25,2021